As festividades do São João na capital e interior baiano estão terminantemente proibidas. Com o avanço do coronavírus, as autoridades estão tomando medidas preventivas para evitar a elevação da ocupação dos leitos destinados aos pacientes acometidos com a doença e, consequentemente, o colapso no setor de saúde na Bahia.
Apesar de todos os alertas, grande parte da população tende a não se preocupar e realizar festas em condomínios fechados e aglomerações nas ruas. Para compor o cenário festivo, as pessoas costumam acender fogueiras e soltar fogos de artifício, o que pode prejudicar aquelas que possuem doenças respiratórias como asma, rinite e sinusite, por exemplo; além de agravar o quadro dos que estão em fase de recuperação da Covid-19.
De acordo com Dr. Adelmir, pneumologista no Multicentro de Saúde da Liberdade, unidade gerida pela S3 Gestão em Saúde, diversos produtos químicos estão relacionados à queima de fogos de artifício e criam uma quantidade relevante de poluição do ar. Essa poluição pode piorar os sintomas respiratórios em pacientes alérgicos, asmáticos e pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). “Em indivíduos com asma e rinite a poluição causada pelos fogos de artifício causam irritação nas vias aéreas e causa piora dos sintomas e exacerbações (crises). As crises de asma e rinite podem ser desencadeadas rapidamente até mesmo durante a dispersão da fumaça em asmáticos que estão tão somente próximos ao local da queima”, explica o especialista.
Dr. Adelmir alerta ainda para as consequências da inalação de fumaça por pacientes que estão em fase de recuperação da Covid-19. “Muitos pacientes que se recuperam da Covid-19 ainda sofrem com sintomas persistentes tais como tosse, falta de ar, fadiga e capacidade limitada ao exercício. A queima de fogos de artifício poderá causar irritação das vias aéreas provocando piora dos sintomas. Como a queima de fogos e de biomassa pode causar piora da inflamação nos pulmões, admite-se que a poluição do ar causada pelos fogos de artifício podem também podem promover algum grau de inflamação pulmonar”, alerta o médico.
Diante do cenário pandêmico, é necessário que as pessoas se conscientizem e evitem aglomerações, por isso, Dr. Adelmir reforça a importância de se manter o distanciamento social e as medidas de higiene adequadas. “Estamos vivenciando um período de pandemia, muito difícil e complicado. Não há ainda controle adequado da transmissão da doença e o ritmo de vacinação contra do coronavírus está lento. Desta forma, durante as festas juninas, independente das medidas de prevenção para reduzir a exposição do sistema respiratório à poluição do ar, durante a queima dos fogos de artifício, recomenda-se que seja mantido o distanciamento social, que se evitem aglomerações e que os cuidados de proteção com o uso de máscaras e lavagem das mãos sejam reforçados”, concluiu.