Hipertensão: saiba o que fazer para combater a doença

Neste 26 de abril é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 26,3% dos adultos no país apresentam diagnóstico médico da doença. Conversamos com o Dr. Arcélio Santana, cardiologista do Multicentro Liberdade, em Salvador (BA), sobre a hipertensão, cuidados e formas de prevenção. Confira abaixo a entrevista na íntegra!

A hipertensão é uma doença crônica caracterizada por uma elevação sustentada dos níveis tensionais, por definição, acima de 14 por 9. De forma simples, podemos explicar que dentro dos vasos sanguíneos passa o sangue exercendo certa pressão nas paredes destes vasos, uma pressão normal, de 12 por 8. Quando ocorre um aumento da pressão que o sangue exerce sobre a parede dos vasos, de forma sustentada, é que começamos a definir o paciente hipertenso. Essa situação por um longo tempo pode levar a alterações vasculares e complicações em órgãos-alvo, como o cérebro, rins e coração, podendo provocar um AVC, infarto, entre outros problemas.

Importante reforçar que ter um pico de pressão não define um paciente hipertenso, mas sim a elevação sustentada da pressão arterial.

A hipertensão é multifatorial, não existe um único fator de risco. Podemos dividir os fatores de risco em dois grupos: os modificáveis e os não modificáveis. Entre os não modificáveis podemos incluir, por exemplo, o fator genético e a idade – a hipertensão tende a aparecer à medida que nossa idade evolui.

Já entre os fatores modificáveis, estão estilo de vida, sedentarismo, obesidade, erro alimentar, uso de substâncias como álcool ou medicamentos, entre outras. Tudo isso culmina com o aumento do risco para que o paciente venha a ser hipertenso. No caso desses fatores, nós conseguimos modificá-los para reduzir o risco futuro desse paciente se tornar hipertenso.

Precisamos cuidar da nossa saúde e esse cuidado é diário, contínuo. É o que eu como, o quanto me exercito durante o dia, o que compro quando vou ao mercado. Então, para reduzir o risco de futuramente desenvolver uma hipertensão, alguns cuidados básicos podem ser adotados, como: controlar alimentação (comer alimentos saudáveis, naturais), fazer exercícios, controlar o peso. Fazendo isso, estamos nos blindando, diminuindo o risco da doença aparecer futuramente.

Na maioria das vezes, a hipertensão é assintomática. Muitos pacientes fazem um diagnóstico de hipertensão durante um check-up de rotina, um pré-operatório ou quando procura uma assistência médica por outro motivo e lá acaba descobrindo que tem a doença. O paciente pode até apresentar sintomas como cefaleias, tonturas, entre outros, mas poucos pacientes têm.

O ideal é que você faça seus exames anualmente e afira sua pressão. E, claro, se sentir alguma alteração, algo que não está fluindo bem, procure um profissional de saúde e assistência.

Cada paciente vai ter um planejamento. Precisamos buscar as causas dessa hipertensão para entender se é uma hipertensão primária ou uma hipertensão secundária. Muitas vezes, vemos um paciente jovem, mas sedentário, com obesidade, comendo de tudo, com consumo excessivo de álcool. Muitas vezes, ao controlar esses fatores, a pressão tende à normalidade, por ser uma hipertensão secundária aos erros que estão sendo cometidos. E, outras vezes, não. Mesmo praticando atividade física, controlando a alimentação direitinho, tendo o peso adequado, mesmo assim, o paciente é hipertenso e precisa também usar um medicamento para ajudar no controle da pressão arterial. Importante destacar que, neste caso, o tratamento não é feito somente com a medicação. Ela é parte do tratamento. O paciente precisa entender que é necessário adotar as medidas saudáveis de estilo de vida, que precisa se exercitar, controlar a alimentação, controlar o peso. Esses fatores somados com a medicação vão fazer um bom controle da hipertensão.